Entrevista para o portal Minha Vida, na matéria “Xarope para tosse: você sabe tomar corretamente?”
Leia abaixo a matéria completa:
Ela incomoda, irrita e em alguns casos até cansa. A tosse, assim como a dor de garganta, é um alerta de que os pulmões não estão bem, indicando problemas como gripe, asma, bronquite e até tuberculose. Quando a tosse começa a ficar chata, atrapalhando o andamento da rotina, é comum recorrermos aos xaropes na esperança de que o incômodo acabe. A otorrinolaringologista Eliézia Alvarenga, do Hospital Samaritano de São Paulo, explica que os xaropes para tosse aliviam apenas o sintoma, sem tratar a causa do problema. “Por isso, antes de recorrer aos xaropes, é importante investigar a fundo o problema e, caso necessário, buscar tratamentos mais efetivos”, afirma. Beber bastante água, por exemplo, ajuda a hidratar a garganta e os pulmões, diluindo o muco e diminuindo o catarro, excluindo a necessidade do xarope. Caso a tosse seja persistente, que dura por mais de três semanas, procure um médico para que ele receite o melhor tratamento. Ainda tem dúvidas sobre a forma correta de usar os xaropes? Os especialistas explicam:
Esses xaropes são indicados apenas para a tosse?
Sim, pois contém ativos específicos para tratar o sintoma.
Os xaropes específicos para a tosse, que contêm substâncias chamadas de antitussígenos, são indicados apenas para a tosse. “É importante frisar que esse medicamento é apenas um coadjuvante no tratamento da doença que está causando a tosse”, diz a otorrinolaringologista Eliézia Alvarenga, do Hospital Samaritano de São Paulo. Quando a doença é tratada como um todo, e não só a tosse especificamente, outros sintomas como a dor de garganta também desaparecem. “A melhor forma de curar inflamações e irritações na garganta é com hidratação, que não possui efeitos colaterais.”
Os xaropes podem ser usados para qualquer tipo de tosse?
Sim, todas as tosses podem ser tratadas com xaropes.
Existem diferentes tipos de xarope que funcionam para diferentes tipos de tosse. Há aqueles com substâncias que diluem o muco, os broncodilatadores ou então que agem diretamente no sistema nervoso central, inibindo a tosse. “No entanto, é importante lembrar que os xaropes são apenas um coadjuvante no tratamento, sendo muito mais indicada a hidratação constante e investigação das reais causas do problema”, afirma o pneumologista Marcelo Alcântara, diretor da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. De acordo com os especialistas, os xaropes são mais indicados para a tosse irritativa – que é seca e constante, chegando a atrapalhar a rotina – ou para tosses muito carregadas e com muco.
Eles podem ser tomados sem supervisão médica?
Não, nenhuma medicação deve ser usada sem o conhecimento do médico.
Todo o medicamento deve ser ministrado com supervisão médica, mesmo que não seja necessária a receita. “Muitas vezes, há várias substâncias num mesmo xarope, combinando analgésicos, descongestionantes e antitussígenos, e isso pode elevar o risco de complicações ou mesmo processos alérgicos”, diz a otorrinolaringologista Eliézia. Outro risco comum é a pessoa se automedicar com um xarope que não é indicado para o seu tipo de tosse e com isso retardar o tratamento adequado para a doença causadora do problema, muitas vezes até agravando o quadro clínico.
Eu posso tomar xarope só quando o sintoma aparece?
Não, o ideal é ele ser tomado durante um período determinado pelo médico.
Antes de fazer uso do xarope para tosse, o ideal é procurar tratar o problema de forma natural. Segundo o pneumologista Marcelo, ao menor sinal de gripe ou outras doenças que levem à tosse, procure se hidratar, manter uma alimentação saudável e fazer lavagens nasais com soro fisiológico diariamente. Mantenha o ar sempre úmido e fique em repouso. Se os sintomas persistirem, procure avaliação médica.
Entre os riscos de tomar xaropes em excesso estão: Boca seca e insônia
Entre os principais efeitos colaterais do uso excessivo de xaropes estão boca seca, taquicardia e insônia. “Além disso, usar apenas o xarope para uma tosse persistente pode tratar apenas esse sintoma e mascarar uma doença mais grave”, alerta Eliézia Alvarenga. De acordo com Marcelo Alcântara, muitas doenças podem iniciar como se fosse um simples resfriado e o tratamento do sintoma adiar o correto diagnóstico.
Fonte: minhavida.com.br